Opinião

A reabilitação de Lula é uma alternativa para derrotar Bolsonaro nas eleições de 2022

Pedro do Coutto

Analisando-se sob o ângulo político inevitável, as decisões do Supremo Tribunal Federal e a onda da opinião pública revoltada contra Jair Bolsonaro, são os fatores essenciais para que Luiz Inácio Lula da Silva retornasse ao panorama marcante do país hoje e representasse uma forma eficaz de impedir a reeleição do atual presidente da República.

O processo político é dinâmico, ao contrário do que alguns cientistas políticos acreditam ao não levar em conta o caráter mutante de um sistema que abrange tanto a ideia democrática de liberdade, quanto os interesses legítimos tanto das classes produtoras, quanto dos 100 milhões de assalariados que se encontram com os seus vencimentos perdendo para a inflação.

DESASTRE – A ressurreição de Lula significa um posicionamento voltado para impedir a continuidade do desastre que nasceu nas urnas de 2018. Foram episódios que ficarão na história. Desejo que sejam focalizados em toda plenitude pelos historiadores do futuro.

No momento em que Jair Bolsonaro desencadeou precocemente a sua campanha eleitoral, a sociedade brasileira percebeu o risco que o país corria, sobretudo em face da atuação do próprio presidente da República, ameaçando pessoas, ridicularizando a pandemia, promovendo aglomerações, não usando máscara em situações públicas, agredindo pessoas com palavras de baixo calão. Tudo isso criou a necessidade de se ter um candidato capaz de derrotá-lo nas urnas em 2022.

OPONENTE – Percorrendo-se os caminhos políticos, não se encontrou um nome sequer que fosse mais viável eleitoralmente do que Lula da Silva. Na época da comunicação veloz, ficou nítido que o prazo para as eleições seria pouco para uma nova liderança. Apareceu o governador João Doria, mas o seu nome despertou dúvidas quanto às possibilidade de enfrentar o atual chefe do Executivo. Mas Lula tem todas as condições para isso.

Basta ver, conforme já frisei anteriormente, que Lula transferiu a Fernando Haddad, um candidato inexpressivo , 43% dos votos que marcaram o último embate para Presidência da República. Assim, com a decisão do Senado em instaurar a CPI da Saúde e com as decisões da Corte Suprema, as correntes preocupadas com a manutenção da democracia e com a liberdade de expressão, concluíram que o ex-presidente tem condições para evitar a continuidade do desastre que se instalou no Brasil.