Opinião

Criada com fins militares, a internet fortalece a democracia e impede que o Brasil seja uma nova ditadura

Carlos Newton

A internet é uma benção para a Humanidade, significa a consagração da cidadania. Foi criada pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos, no final dos anos 60, e se tornou essa força libertária incomparável, incontrolável e incomensurável. Temos de agradecer esse avanço à famosa Guerra Fria, que felizmente voltou à moda, devido ao avanço socioeconômico da China de Xi Jinping e ao renascimento da Rússia de Vladimir Putin.

No mundo, a hegemonia de uma nação é sempre sinistra, é preciso haver equilíbrio de forças políticas. Aliás, este é o grande segredo da vida – o equilíbrio.

DEPARTAMENTO DE DEFESA – Quem deu a partida no projeto da internet foi o Departamento de Defesa dos EUA. A proposta inicial, idealizada pela Arpa (Advanced Research and Projects Agency), era financiada pela Nasa e pelo Pentágono. O objetivo era criar uma rede que fosse capaz de armazenar dados e resistir a uma destruição parcial – caso houvesse, por exemplo, um ataque nuclear russo.

Após anos de pesquisas e testes, a Arpanet (rede da Arpa) entrou em operação em 1969, interligando quatro instituições da Costa Oeste – as universidades de Los Angeles, Santa Bárbara e Utah, e o Instituto de Pesquisa de Stanford.

AVANÇO DEMOCRÁTICO – Menos de 50 anos depois, a internet já dominava o mundo e estava destinada a conduzir a um aperfeiçoamento absurdo do sistema democrático. Em consequência, todos os regimes ditatoriais estão com seus dias contados, porque não conseguirão controlar nem conter a web indefinidamente.

Outro resultado inevitável será a purificação do capitalismo, pressionado pela necessidade de avanço da justiça social. É só uma questão de tempo.

Retrocessos de conquistas sociais, como o fenômeno hoje vivido no Brasil, são apenas episódicos, pontos fora da curva do mundo moderno, que inexoravelmente caminha para a universalização do Estado de Bem-Estar Social, já em adiantada fase de consolidação nos países nórdicos que adotam o socialismo democrático – Suécia, Noruega, Finlândia, Dinamarca e Islândia.

UM MUNDO MELHOR – Pensadores pós-modernos, como o francês Thomas Piketty e o britânico Paul Mason, vislumbram esse aperfeiçoamento da democracia que conduzirá a humanidade a um mundo muito melhor no final deste século, embora a civilização sempre se desenvolva mediante avanços e recuos. Na verdade, o importante é que haja mais conquistas do que retrocessos. Apenas isso.

Apesar de a internet ser essencialmente libertária, ainda é muito rara a existência de espaços abertos ao livre debate. A quase totalidade dos sites e blogs tem vinculações claras, sempre defendem interesses específicos e boicotam abertamente as teses contrárias.

Aqui mesmo na Tribuna da Internet enfrenta-se o problema do sectarismo político-ideológico. Não há respeito às opiniões alheias, comentaristas se ofendem e até se ameaçam, alguns ficam tão agastados que desistem de participar da troca de ideias, preferem se afastar, embora continuem a ler o blog.

P.S. – Para avaliar a importância da internet, basta imaginar o que seria do Brasil nas mãos de um déspota como Jair Bolsonaro, que chefia uma família lombrosiana, de criminosos natos, e que conta com o apoio das Forças Armadas e das Forças Auxiliares, como PMs e Bombeiros. Ora, se não houvesse internet para desmentir as fake news dessa gente e os militares brasileiros fossem menos preparados, este país já estaria mergulhado numa nova ditadura, com toda certeza. Ou você ainda tem alguma dúvida?