Política

‘A tendência é essa, exoneração’, diz Bebianno, que encara o fato com perplexidade

Pivô da maior crise política do governo Bolsonaro, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno , disse neste sábado que deve ser demitido na segunda-feira. Questionado sobre os termos da conversa que teve com o presidente Jair Bolsonaro na sexta-feira, Bebianno confirmou que a sinalização é de que será exonerado. No início da crise, o ministro chegou a dizer que não pretendia pedir demissão. “A tendência é essa, exoneração” – afirmou.

Bebianno disse ainda que “não vai ficar batendo boca com ninguém” e que o reconhecimento de que não foi responsável pelo repasse suspeito de dinheiro do PSL a uma candidata laranja em Pernambuco é uma questão “de bom senso”. Bebianno era o presidente da sigla na época da eleição.

IGUAL A MINAS – Para se defender, Bebianno cita a denúncia contra o ministro Marcelo Alvaro Antonio, do Turismo, sobre o qual também pesam suspeitas de fazer repasses, como presidente do diretório de Minas, a candidaturas de fachada, para questionar o motivo de estar sendo responsabilizado pela situação em Pernambuco :

“Eu não vou ficar batendo boca com ninguém. Cada um acredite no que quiser. A minha consciência está tranquila, trata-se de bom senso, trata-se da lei, do estatuto do partido. Tanto assim, no caso de Minas Gerais, o Marcelo Álvaro Antônio, por que não sou considerado culpado então?” — disse.

 

PERPLEXIDADE – Questionado sobre o tratamento conferido a ele por Bolsonaro, que decidiu demiti-lo somente na segunda-feira, prolongando o desgaste, Bebianno disse que encara com “perplexidade”:

“Não sou eu que dispenso o tratamento, eu estou recebendo o tratamento com perplexidade. Quem dispensa o tratamento é que tem que explicar os seus motivos”.

Na madrugada, Bebianno publicou em uma rede social uma mensagem em tom de desabafo: “O desleal, coitado, viverá sempre esperando o mundo desabar na sua cabeça”.

O Globo