Política

Aliados de Temer acham que ele poderá ser preso assim que deixar o governo

Assim como o PT coloca o ex-presidente Lula como vítima de perseguição política, o MDB se prepara para usar o mesmo expediente em relação ao presidente Michel Temer. O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, por exemplo, tem dito que há irresponsabilidades por parte de procuradores e juízes de primeira instância e que, diante disso, teme que o presidente possa ser preso a partir de janeiro, quando terminar o mandato.

Para um ministro dizer isso é sinal de que o receio, realmente, é grande. A diferença entre a estratégia do PT e do MDB é que os petistas fazem reuniões, comícios, vão para a tribuna da Câmara e do Senado defender Lula.

Já os emedebistas não têm feito o menor esforço em defesa do presidente Temer. E, num ano eleitoral, não ele encontra muitos aliados dispostos a fazê-lo.

O risco de Temer ser preso nos primeiros dias de janeiro realmente é muito grande, porque as acusações contra ele são abundantes e as provas (testemunhais e materiais) também se acumulam. Além das duas denúncias iniciais, que foram bloqueadas pela Câmara dos Deputados, caminha velozmente a terceira denúncia, sobre as ilegalidades cometidas para beneficiar empresas no Porto de Santos. O grupo Libra, um dos favorecidos por ele há décadas, já está negociando delação premiada.