Economia

Brasileiro teme desemprego por causa da Covid-19, aponta pesquisa da CNI

Levantamento da FSB Pesquisa, encomendado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), mostra que 77% dos brasileiros estão com medo de perder o emprego como resultado da retração da economia provocada pelo novo coronavírus. A pesquisa registra que 23% dos entrevistados já perderam totalmente sua renda, enquanto 17% amargaram queda no poder de compra desde o início da crise sanitária.

Se antes da pandemia 38% dos brasileiros estavam endividados, de acordo com a CNI, agora o patamar chega a 53%. Dos entrevistados que têm dívidas, 40% afirmam que já estão com algum pagamento em atraso. Entre esses inadimplentes, seis em cada dez passaram a atrasar suas parcelas nos últimos 40 dias. Apesar do forte impacto econômico provocado pela pandemia, 86% concordam com o isolamento social como forma de conter o alastramento das contaminações. A pesquisa mostrou ainda que, para 80%, a situação da pandemia da Covid-19 é grave.

Passados a fase mais aguda da doença e o isolamento social, só 30% dos brasileiros falam em voltar a uma rotina igual à que tinham antes. Durante a fase de quarentena imposta pelos governos locais para não colapsar o sistema de saúde, 93% dizem ter mudado a rotina: de cada quatro brasileiros, três disseram que reduziram seus gastos após o início das medidas de isolamento social. Os motivos, disseram os pesquisados, envolvem insegurança quanto ao futuro (42%) ou queda imediata na renda (30%). Um quarto dos entrevistados colocam na conta do isolamento a redução de seus gastos.

Para o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, as atenções devem estar voltadas para a preservação de vidas sem deixar de lado a preocupação com a sobrevivência das empresas e a manutenção dos empregos. “As atenções dos governos, das empresas e da sociedade devem estar voltadas, prioritariamente, para preservar vidas. Entretanto, é crucial que nos preocupemos também com a sobrevivência das empresas e com a manutenção dos empregos. É preciso estabelecer uma estratégia consistente para que, no momento oportuno, seja possível promover uma retomada segura e gradativa das atividades empresariais”, diz.

O levantamento FSB-CNI também apurou a disposição para o consumo de bens nos próximos três meses. De 11 itens pesquisados, dois despontam como os de maior interesse para o consumidor: roupas (34%) e calçados (31%) – a aquisição de eletrodomésticos, eletroeletrônicos e móveis despertam o interesse de menos de 10% dos brasileiros.