Ao que tudo indica o anúncio do prefeito Luciano Cartaxo, que desistia da disputa para o governo, pegou de surpresa até a cúpula do PSDB da Paraíba. Pelo menos foi o que ouvimos do presidente estadual Rui Carneiro, do prefeito Romero Rodrigues e do senador Cassio Cunha Lima.
Foi só a noticia se espalhar pelos portais de noticias e as redes sociais para surgir às especulações do porque da desistência de Cartaxo. O PSDB de forma proposital “matou” Cartaxo no cansaço, quando não aceitou a definição de candidatura no mês de janeiro? Cassio estaria blefando quando dizia que Cartaxo seria o melhor nome do grupo das oposições, o mesmo acontecia com Rui Carneiro?
Alguém acredita mesmo que o senador Cassio tinha ou tem interesse de colaborar para Cartaxo governar a Paraíba e passar a ser a maior liderança política do estado? – Vide o episódio recente com Ricardo Coutinho -. Cassio teria orientado o prefeito Romero Rodrigues a adiar a sua decisão e com isso forçar a desistência de Cartaxo, para depois se lançar ou o seu filho Pedro como candidato ao governo?
O certo é que a combalida união das oposições deixa de existir de vez. Ponto para o governador Ricardo Coutinho e seu pré-candidato João Azevedo, que alardeavam essa desunião, mesmo sendo negada pelos expoentes do grupo oposicionista.
Depois da decisão de Cartaxo uma pergunta ficou no ar: ele ainda faz parte do bloco das oposições, ou estaria aberto para dialogar com o governador Ricardo Coutinho?
Quem leu a carta com atenção enxergou algumas simbologias. Destaco alguns trechos da carta, que julgo ser um recado:
“Decisões de tal importância não devem ser inspiradas em circunstâncias, nem motivadas por elementos desconectados de um projeto maior. Não compactuo com esta opção”.
“Foi por isso que sempre explicitei meu entendimento, alertei para a necessidade de traçarmos metas, respeitando prazos, que permitissem a evolução do debate e estruturação de um caminho”.
“Agora o tempo é outro. Nestes últimos meses, foram inúmeras as especulações, insinuações, danosas ao debate maduro da boa política. Eu não faço política por conveniência. Portanto, procuro transcender o imediatismo. Não esperem de mim a ambição eleitoral, meu lema é o dos compromissos assumidos”.
“A mesquinhez do carreirismo não tem lugar ao meu lado, nem será capaz de fazer curvar minha cabeça erguida, ou ameaçar a minha paz de consciência”.
Com Cartaxo fora do jogo, quem ganha e quem perde? Façam suas apostas.