O ministro Celso de Melo, revelaram na tarde de ontem a GloboNews e a CNN, determinou à delegada federal Christiane Corrêa, que marque o encontro ao qual estarão presentes o procurador-geral da República, Augusto Aras; o advogado-geral da União, José Levi; o ex-ministro Sérgio Moro, procuradores, advogados e dirigentes da Polícia Federal, para assistirem ao vídeo da reunião ministerial do dia 22.
Na terça-feira, dia 12, deverão ser ouvidos os generais Augusto Heleno, Braga Netto e Eduardo Ramos, que formam a ala militar do Palácio do Planalto e que estiveram presentes na reunião ministerial de 22 de abril, quando Sérgio Moro considerou-se pressionado pelo presidente Bolsonaro, no caso da substituição da Diretoria Geral da Polícia Federal. Portanto, de hoje para amanhã informações importantes devem surgir a respeito do processo.
HAVERÁ UMA SELEÇÃO – Segundo a Folha de São Paulo publicou sábado, o vídeo, além de permitir confirmar ou não as afirmações de Sérgio Moro, contém ofensas do ministro da Educação aos 11 ministros do STF e também críticas a China no caso do surgimento do coronavírus. É possível, penso eu, que a parte relativa a China e outros trechos não sejam incluídos na divulgação.
Mas não há dúvida que o diálogo entre Jair Bolsonaro e Sérgio Moro será destacado, porque fornece a realidade do que se passou no Palácio do Planalto, assim como o trecho do general Heleno defendendo a posição do ministro da Justiça, em relação à Polícia Federal.
A respeito das ofensas aos integrantes do STF, paira dúvida quanto ao rumo a ser adotado. Afinal de contas, o ministro da Educação, deseducadamente, ofendeu a Corte Suprema.
MEDOS E ESPERANÇAS – A ministra Carmen Lúcia publicou ontem, domingo, artigo em O Globo, baseada num poema de Carlos Drummond de Andrade que focaliza os medos e as esperanças de todos nós. Eis alguns trechos. “As instituições estão trabalhando no Brasil,. A bússola constitucional marca a rota democrática a seguir. O barco Brasil não está à deriva, embora as águas estejam tormentosas e o alvorecer tende ainda ser turbulento. Mas o país não é uma outra instituição, é o seu povo com sua história, seus sonhos sua vontade de construir-se. A hora é dura, é grave e até triste. Por isso mesmo não é tempo de descuidos, de descrenças. O tempo é de cuidados. O momento pede cautela e coragem. “
Numa entrevista a Manoel Ventura, em O Globo, o Ministro da Economia, Paulo Guedes, pede aos funcionários públicos federais que aceitem o congelamento de seus salários até o final de 2021. Não estamos pedindo, acentua Paulo Guedes, a contribuição desnecessária. Estamos pedindo um modo de equilíbrio para as contas públicas.
FALANDO AO MERCADO – Guedes fez estas afirmações destinadas ao mercado financeiro. O titular da economia negou ao mercado financeiro que o governo vá aumentar impostos. O presidente Bolsonaro fica irritadíssimo e bate na mesa o tempo inteiro quando se fala na criação de impostos, como seria o caso da nova CPMF.
Paulo Guedes disse ainda que inicialmente pensou-se num corte de 25% nos salários do funcionalismo acompanhada da mesma proporção quanto a jornada de trabalho. Mas depois concluíram que apenas o congelamento resolve a questão.
Na minha opinião, o congelamento de salários só poderia ser se acompanhado pelo congelamento de preços.
Pedro do Coutto