O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou neste sábado (13), em entrevista, que o Congresso tem se fortalecido por causa da forma com que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) faz política, sem uma base forte de apoio ao governo.
“O sistema é presidencialista. No sistema presidencialista, o presidente é sempre a figura mais poderosa da política. Eu acho que a forma com que o presidente compreende a relação com o Legislativo dá a impressão de que o Parlamento está mais forte. O Parlamento está mais forte exatamente pela forma com que o presidente faz política. Quando os governos fazem governo de coalizão, assumem prerrogativas do Legislativo”, disse Maia.
“E a decisão do presidente de governar sem uma coalizão nos obriga a recuperar a nossa prerrogativa”, diz.
Para Maia, se o presidente Bolsonaro mantiver esse modelo de relação com o Congresso, com uma base aliada frágil e de possíveis conflitos, terá dificuldade em aprovar projetos de interesse do governo. Na avaliação dele, somente propostas que interessam ao estado brasileiro, como as reformas da Previdência e a tributária, terão sucesso.
Na entrevista, Maia disse ter chegado ao “topo” de sua carreira política no comando da presidência da Câmara com a aprovação do primeiro turno da reforma da Previdência, concluído na noite desta sexta-feira (12).
O presidente da Câmara diz não se sentir um “primeiro-ministro”. Para Maia, o discurso que fez na sessão de votação da reforma da Previdência foi o ponto mais importante de sua carreira.
“Foi o discurso mais importante da minha vida”, afirmou.