Roberto Nascimento
Modernidade no Brasil é sinônimo de tirar direitos dos trabalhadores e manter o povo abaixo da linha da pobreza. Os populistas conservadores falam sempre sobre um suposto avanço do esquerdismo, como forma de amedrontar o povo. Assim como: “Se vocês não estão satisfeitos, então é porque querem a volta da esquerda em 2022”. Esse discurso ilusório ainda mantém muitos votos da mentira.
Lula e o PT nunca foram comunistas nem da esquerda tradicional, que não existe mais desde a implosão da URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas). Konstantin Chernenko (1984-85) foi o último presidente comunista. Depois veio Mikhail Gorbachev e acabou om a URSS e com comunismo, criando um regime hibrido.
CHINA CAPITALISTA – A China não é comunista há muito tempo, na verdade desde a morte de Mao Tsé Tung, em 1976. Hoje, a China é um país capitalista na economia e ditadura ferrenha na política. Lembrem-se do massacre na Praça da Paz Celestial e. agora, da duríssima repressão aos manifestantes de Hong Kong.
Por falar em repressão, tanto os liberais, os conservadores e os ditos progressistas, quando o povo sai às ruas para protestar, não há diferença entre eles – é bala e bomba para cima dos manifestantes. No Chile, na Venezuela, no Equador, na Bolívia, não importa o regime, o problema é a grave crise socioeconômica. Esperem quando o povo argentino for para às ruas e provavelmente irá.
Os empresários precisam ter em mente que não se pode ir muito fundo na acumulação capitalista do lucro exacerbado. Alguma coisa deve ser distribuída para as classes trabalhadoras. Tirar todos os benefícios sociais pode-se configurar como jogar gasolina no fogaréu da insatisfação política.
FALTA CONSUMO – Depois lamentam e ficam desesperados com a queda no consumo das famílias, o que afeta a arrecadação de impostos, provoca quebradeira das empresas e, consequentemente, maior desemprego, uma coisa levando a outra, até que explode como no Chile, o país queridinho do Paulo Guedes, que não consegue alavancar nossa economia.
Não há planos de Guedes para soluções a curto prazo. Mas acontece que, como dizia Lord Keynes, a longo prazo todos estaremos mortos. Será que Guedes tem a competência que o setor produtivo e o mercado achavam que tinha?
O ministro da Economia defende os bancos, quer a capitalização das aposentadorias, almeja o controle dos Fundos de Pensão e das Seguradoras, sonha com a volta da CPMF e com a transferência do FGTS da Caixa Econômica para os bancos privados.
REFORMA LEONINA – O czar econômico conseguiu a Reforma da Previdência restritiva de direitos, agora entrega ao Parlamento um pacote de leonina reforma administrativa contra o servidor público.
Seus planos se orientam em dar um “shutdow” nos servidores para levá-los ao “brokenhard”, ele adora essas expressões inglesas. Esse “shutdow/brokenhard” se refere à demissão sumária e redução de salários, em casos emergenciais e de bonança também.
Na seara da Previdenciária, o ministro defende o direito de os planos de saúde aumentarem a mensalidade dos clientes, quando completarem 60 anos e muito mais acima de 80 anos, sob o frágil argumento, de que gastam muito após os oitenta, sem considerar o tempo em que pouco usaram o plano ou muito pouco. Maldade pura. Deixam o SUS e os hospitais públicos à míngua e impedem os idosos de terem seguro de saúde.
PRIVATIZAR TUDO – Nesse diapasão, querem os ultraliberais privatizar o Estado, seus bancos públicos, suas empresas estatais, até a estratégica Eletrobrás entrou na lista.
Defendem um shutdown em tudo que é público, com exceção das Forças Armadas, porque de bobos eles não têm nada e vão dar aumento salarial aos militares e esquecer os civis.
E não há para quem apelar, pois o Rodrigo Maia e o Davi Alcolumbre estão com o Guedes e não abrem.
Só nos resta torcer pelo Flamengo e gritar gol todo domingo.