Opinião

Democracia? Bem, democracia deveria ser o governo do povo, para o povo e pelo povo…

(Silvio J.B. Maia) – Essa bela definição de democracia é o trecho principal do discurso mais famoso do mundo, proferido pelo presidente dos Estados Unidos, Abraham Lincoln, em cerimónia no Cemitério Nacional de Gettysburg, na tarde do dia 19 de novembro de 1863, quatro meses depois da vitória na batalha de Gettysburg, decisiva para o resultado da Guerra de Secessão.

A definição é perfeita, mas a vontade do povo tem que ser representada, e não há lei que possa conferir bom senso a trouxas, nem honestidade a ladrões.

FORTES E FRACOS – Como desde os tempos das armas em cima da mesa, para “conversar” com os índios, os mais fortes montam esquemas para roubar e escravizar os mais fracos, mesmo assim hoje pode-se tentar e até conseguir aí qualquer coisa próxima do meio-termo – dependendo e muito da qualidade moral dos políticos e tais que atuem.

Raríssimos sempre foram os atos de hombridade, num meio de dois terços de joio, e nesse ciclo born loser (nascidos para perder) nem parecem haver mais esses atos hoje em dia – nivelados aí por baixo os que possam ainda ocorrer por culpa da própria inércia heroica, que deixou e deixa morrer o heroísmo castelista e dos castelistas, que seguem aquele que fez de Gaulle baixar os olhos de cima de seus mais de dois metros de altura, em brilhante e eterno registro universal.

Muito pouca coisa tem o brilho da hombridade, que faz curvar-se o universo. Pouquíssimas pessoas dão valor a ela, preferindo chafurdarem na corrupção.

TRISTE PRESENTE – Foco sobre esse triste presente – pelo qual, apesar de serem em maior parte apenas ferramentas circunstanciais, os responsáveis vão pagar muito caro no futuro.

Temos no mundo quase todo, com raríssimas exceções, a corrupção governando, indireta ou diretamente.

No caso do Brasil, a corrupção é movida pela pouca vergonha resultante do baixo discernimento reagente de que não cuidou, e também pela indolência mau caratista peculiar dos líderes de nosso povo, que de fora protestam, mas quando lá dentro fazem daí para bem pior.

FALTAM CASTELISTAS – Prometem esse mundo e o outro em campanha. Depois de eleitos, são facilmente dobrados pelo sistema a seguir suas regras, sendo forçados a fazer parte dele, porque é preciso muita força de caráter para deixar de curtir poder e riquezas e lutar pela moralidade. É preciso ser um castelista.

Intervenção militar agora só se der zebra em todos os prognósticos políticos.

Ou fazemos muita força para colocar naquela cadeira um Enéas dessa vida – porque existem e é só prover oportunidades – ou estaremos cada vez mais ferrados.