O número de desempregados no Brasil voltou a ultrapassar o patamar dos 13 milhões, mesmo do início do ano passado. Com o fechamento das vagas temporárias de fim de ano, a taxa de desemprego subiu 0,9 ponto em relação ao trimestre anterior e está agora em 12,4%. Os números são da pesquisa PNAD contínua, divulgada pelo IBGE nesta sexta-feira 29.
Esse aumento representa a entrada de 892 mil pessoas na população desempregada, totalizando 13,1 milhões. Essa perda se dividiu igualmente entre o setor público e o setor privado.
No setor privado, o número de empregados com carteira assinada continuou estável. Já o de empregados sem carteira assinada caiu 4,8%, na comparação com o trimestre anterior, uma redução de 561 mil pessoas nesse grupo. No setor público eles foram 453 mil a menos “É um aumento que costuma acontecer no começo do ano”, diz o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo. Educação, construção e indústria foram os setores mais afetados.
O total de trabalhadores subutilizados fechou em 27,9 milhões de pessoas (24,6%), pico da série histórica iniciada em 2012. Significa que quase 1 em cada 4 brasileiros aptos a trabalhar está fora do mercado de trabalho.
Essa taxa é formada pela soma de três perfis que estão fora da força de trabalho: os desocupados, os subocupados e a força de trabalho potencial. Desocupados são aqueles que, no momento da pesquisa, estavam sem emprego.
São considerados subocupados os brasileiros que trabalham menos de 40 horas por semana, e gostariam de trabalhar mais. E a força de trabalho potencial é formada pelos que gostariam de trabalhar, mas não conseguem procurar emprego. Mulheres com filhos pequenos, por exemplo, entram nessa conta.
Outro recorde é o número de desalentados: as pessoas que desistiram de procurar trabalho e, por isso, saíram das estatísticas de desemprego. Esse número chegou a 4,9 milhões, um total de 4,4%. Em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, mais 275 mil brasileiros entraram nessa condição.
Carta Capital