As empresas Petrobras, J&F, Camargo Corrêa, OAS e BTG Pactual tiveram de vender mais de R$ 100 bilhões em ativos desde que a Operação Lava Jato começou, em março de 2014. De acordo com levantamento do portal G1, desde 2015 essas empresas movimentaram R$ 103 bilhões com a venda de 48 de seus ativos. As corporações ainda esperam liquidar outras propriedades e bens, estimadas em R$ 75 bilhões.
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As vendas desses ativos são uma estratégia para trazer liquidez aos caixas das empresas que, após terem sido alvos da Lava Jato, passaram a ter dificuldade para conseguir créditos. Além disso, os grupos precisarão pagar altas multas definidas em seus acordos de leniência, segundo exigências definidas em lei e arbitradas pelo Ministério Público.
O levantamento foi feito com base nas operações que as próprias empresas divulgaram e nas estatísticas de fusões e aquisições da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
Petrobras à venda
A Petrobras lidera a lista de arrecadação, com venda de 12 ativos por R$ 42,5 bilhões desde 2015. Ela foi a primeira empresa envolvida nos escândalos de corrupção revelados pela Lava Jato e já calculava, em abril de 2014, em mais de R$ 6 bilhões as perdas com corrupção.
A estatal ainda não fechou vendas neste ano, mas prevê arrecadar cerca de R$ 65 bilhões até o próximo ano com o plano de desinvestimento criado após o início da Lava Jato. Também é da Petrobras a maior transação, com a venda da Nova Transportadora do Sudeste (NTS) para a Brookfield, por R$ 16,7 bilhões.
Já a mais recente envolvida nos escândalos – e agora alvo de uma CPMI e uma investigação na Justiça federal por movimentações financeiras irregulares –, a J&F já é a vice-campeã de vendas de ativos. No centro das atenções desde maio deste ano, a controladora da JBS já liquidou quase R$ 27 bilhões nos últimos quatro meses.
Liquidação
O grupo dos irmãos Joesley e Wesley Batista, que estão presos em São Paulo desde o início de setembro, já vendeu metade de seus negócios fora do setor de carne e os ativos da JBS. Uma dessas empresas é a Alpargatas, dona das marcas Havaianas e Osklen, que já teve três donos em dois anos. Em 2015, a empresa pertencia à Camargo Corrêa, que a vendeu para a J&F. A controladora teve se se desfazer da empresa em julho deste ano, após fechar o acordo de delação.
Também se desfizeram de ativos a Odebrecht, arrecadando R$ 12,9 bilhões, o BTG Pactual, com R$ 10,3 bilhões e a Camargo Corrêa, com R$ 8,6 bilhões. Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão, Braskem e Concremat também realizaram transações que somam cerca de R$ 1,3 bilhão.
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