Aristóteles Drummond
O drama vivido pelo Rio entre tráfico, milícias, controle territorial de áreas densamente habitadas, como Complexo do Alemão, Rocinha e Maré, se insere em quadro grave e exige a união dos três poderes da federação.
A infiltração do crime organizado está na política, no Judiciário, no aparelho policial, imobilizando qualquer tentativa pontual de implantar a ordem e a autoridade constitucional. E o arsenal de que dispõem as diferentes facções não pode inibir o poder público. Tolerar, conviver, foi a experiência colombiana que não deu certo.
ALÉM DO NARCOTRÁFICO – A sociedade, distraída com seus problemas do cotidiano, agora com a pandemia, não se apercebeu da dimensão das organizações criminosas que respondem por negócios milionários no Rio, fora da droga.
O fornecimento de gás a preços exorbitantes, as vans, mototáxiS e comercialização via ambulantes de cargas roubadas são atividades como empresas. Foi-se os tempos dos bicheiros, que usavam pouco da violência e ainda geravam empregos, promoviam o carnaval e tinham até serviço social.
O jogo agora é pesado e envolve muita gente grande. E, o que é mais assustador, são pessoas em altas posições reconhecidas pela cobertura que oferecem ao crime.
PELO BRASIL TODO – Essa situação, mais grave no Rio, está presente nas demais regiões metropolitanas. É missão a ser assumida para valer pelas Forças Armadas, que, no passado, já livraram o país de ameaças ousadas, armadas e financiadas. E, como no passado, em estreita colaboração com os estados.
Passada a pandemia, é preciso equacionar a questão das reformas para o país ter condições de aspirar sair da crise na economia. Este é um tema a ser encarado pelos governos, acompanhado pela mídia e cobrado pela sociedade.
GERAR EMPREGOS – Tudo passa pela presença de novas empresas, de prestigiar efetivamente vocações naturais do Estado, em que a sede sul-americana da Coca-Cola é um exemplo. A volta da legalização do jogo , que é inevitável e geradora de estimados dez mil empregos no Rio, vai depender de um mínimo de controle na área da segurança.
O Judiciário choca quando no próprio STF são protegidos bandidos notórios pela periculosidade. Recentemente o próprio Presidente Fux teve de agir diante de decisão absurda de um colega e com agravante do pedido ter partido de escritório de um ex assessor do ousado magistrado. Assim, aonde vamos chegar?