De acordo com o levantamento, Jair Bolsonaro, do PSL, lidera as intenções de voto com 30,6% no quadro estimulado (quando os nomes dos candidatos são apresentados ao eleitor). Fernando Haddad, do PT, tem 24,5%. Ciro Gomes, do PDT, 7,7%. Geraldo Alckmin, do PSDB, 5,6%. Marina Silva, da Rede, que durante bom tempo figurou em segundo nas pesquisas, no levantamento ISTOÉ/Sensus aparece apenas com 2,7%, seguida de João Amoedo, do Novo (1,9%); Alvaro Dias, do Podemos (1,7%) e Henrique Meirelles, do MDB (1,6%). Ou seja, a eleição polarizou de fato entre Bolsonaro e Haddad. Somente uma reviravolta improvável será capaz de tirar os dois do segundo turno. “O quadro do primeiro turno está definido”, afirma Guedes. “O que acontecerá no segundo turno dependerá agora do desempenho de cada candidato, seus partidos, seus programas e militantes no segundo turno”.
Nas simulações de segundo turno, permanece quadro de divisão do País, com empate entre os candidatos. De acordo com a pesquisa ISTOÉ/ Sensus, Bolsonaro teria 37,2% das intenções de voto no segundo turno, contra 36,3% de Fernando Haddad. Nas simulações contra os demais candidatos, os percentuais aumentam, reforçando a ideia de que o embate se dá mesmo entre os dois. Bolsonaro teria 35,1% contra 33,5% de Ciro Gomes. Contra Alckmin, seria 38% versus 26,4%, em favor de Bolsonaro. Na disputa contra Marina, 37,4% a 26,5%, também pró-candidato do PSL. Já Haddad venceria Ciro por 29,8% contra 25,6% e prevaleceria também sobre Alckmin (35,1% a 22,3%). Contra Marina, Haddad teria 37,3% e ela 17,5%.
Para consolidar esse quadro, a pesquisa revela ainda 80,4% do eleitorado já decidiu o candidato da sua preferência. O Sensus ouviu 2 mil eleitores em 136 municípios de 24 estados das cinco regiões do país entre os dias 21 e 24 de setembro. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, para mais ou para menos. O índice de confiança da pesquisa é de 95%. A pesquisa está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o número BR-02407/2018.
Outro aspecto importante revelado pelo levantamento ISTOÉ/Sensus é que o voto útil tornou-se, de fato, uma ferramenta considerada por boa parte dos eleitores. Normalmente, numa eleição de dois turnos, o eleitor vota primeiro naquele candidato de sua preferência, exercendo a escolha no que lhe parece menos pior apenas no segundo turno. A pesquisa indica que tal situação já pode acontecer no domingo 7. Um percentual de 35,8% dos entrevistados afirma considerar o voto útil no primeiro turno. Destes, 23,1% já afirmam que assim farão. E 12,7% admitem votar em um candidato que não seja da sua preferência para evitar que outro candidato seja eleito. Os dois candidatos que lideram a pesquisa apresentam rejeição acima de 40%. Fica claro, de novo, o caráter plebiscitário da disputa. O eleitor votará pensando menos no que almeja e mais do que não deseja para os próximos quatro anos.