Política

Lula convida empresário Josué Gomes para o Desenvolvimento; Mercadante deve ir para o BNDES

Em articulações empreendidas no fim de semana que passou em Brasília, aguardando a cerimônia de diplomação como futuro presidente, marcada para o início da tarde desta segunda-feira (12) no Tribunal Superior Eleitoral, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva mudou o curso tradicional das pressões da política: foi a força das águas da Esplanada dos Ministérios que empurrou de volta para a Avenida Paulista uma crise nascida na pirâmide da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo.

Lula vai recriar o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, convidou o industrial têxtil Josué Gomes da Silva, presidente da Fiesp, para assumir o comando da pasta e ancorará nele, de volta, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O presidente do BNDES será o economista, ex-senador e ex-deputado Aloízio Mercadante, coordenador da transição de Governo e presidente da Fundação Perseu Abramo, instância do Partido dos Trabalhadores encarregada de formular o programa da campanha petista. O convite para o ministério abriu para Josué uma saída estratégica e por cima do comando da Fiesp em meio a uma guerrilha de traições aberta contra ele pelo ex-presidente da entidade, Paulo Skaf.

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, foi interlocutor estratégico no processo de convencimento de Josué Gomes. A Fiesp deverá passar a ser comandada pelo presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), Rafael Cervone Netto, que é o 1º vice-presidente da entidade. Josué é, em contrapartida, o 1º vice do Ciesp. Foi o atual presidente da Fiesp e futuro ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio quem articulou a ascensão de Cervone Netto ao topo da pirâmide da Avenida Paulista.