A ascensão de Jair Bolsonaro (PSL) na corrida eleitoral e a perspectiva de que ele está perto da vitória minaram as resistências ao presidenciável na cúpula das Forças Armadas. Se antes era comum fardados de alta patente afirmarem que o deputado tinha mais tempo de Câmara do que de Exército, sendo, portanto, mais político do que militar, hoje muitos o chamam em conversas privadas de “nosso candidato”. Alguma desconfiança ainda perpassa a Aeronáutica, mas é só.
Políticos que acompanham o universo dos militares apontam dois fatores determinantes: o fato de ser o PT do outro lado do balcão – sigla pela qual as Forças não nutrem qualquer simpatia – e a possibilidade cada vez mais palpável de ver dois quadros forjados no Exército voltarem ao poder pelo voto. Entre generais da reserva o apoio é explícito. Os da ativa não tratam do assunto publicamente. Repetem o discurso de que as Forças não têm preferência política e nem candidato.
CID GOMES – Pessoas próximas a Bolsonaro comemoraram o desabafo e os insultos que Cid Gomes (PDT-CE) disparou a petistas na noite de segunda-feira (dia (15). Disseram que o irmão de Ciro marcou dois gols contra em uma mesma partida, entregando ao PSL um presente pronto para desembrulhar.
A campanha de Bolsonaro levou a fala de Cid ao horário eleitoral. A ação do pedetista contra o uso de sua imagem na propaganda só foi impetrada depois de a peça ter sido exibida na TV e no rádio.
Aliados do candidato do PSL projetam um número maior de votos nulos e abstenções no segundo turno, o que elevaria o patamar de votos válidos de Bolsonaro a um índice superior ao indicado pelas pesquisas até agora, que é de 59%.
LEMBRA DE MIM? – O temor de que Jair Bolsonaro ganhe mais terreno no Nordeste e entre os eleitores mais pobres fez com que Fernando Haddad (PT) fosse orientado a voltar a fazer campanha nas ruas na reta final da disputa.
Petistas que conversaram com gente que visitou Lula na carceragem da Polícia Federal, na segunda (15), dizem que o ex-presidente enviou mensagem otimista. Teria afirmado que “duas semanas em campanha eleitoral é uma eternidade”. Uma ala do PT, porém, já dá a causa como praticamente perdida. Não faltam críticas às divisões internas do partido e a integrantes da elite, que aderiu em maioria a Bolsonaro. “Eles são burros. Jogam dama, não xadrez. Não enxergam um palmo adiante”, protestou um dirigente da legenda.
O PT estuda levar à propaganda eleitoral depoimentos de pessoas que foram vítimas de agressões atribuídas a apoiadores de Bolsonaro. A ideia é que elas gravem vídeos pró-Haddad.
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