Opinião

No Brasil atual, religião e fé se transformaram em excelentes negócios

Pastores, bispos, missionários e apóstolos das igrejas neopentecostais trouxeram alguns anos atrás um modo diferente de se cultuar a Deus, uma espécie de catarse coletiva, onde existem berros, gritos, pessoas em transe, que correm pelos corredores, que choram, que caem de joelhos, que se dizem ter seus demônios expulsos pelo maestro dos acontecimentos no palco do templo, invariavelmente um cinema desativado ou galpão reformado à época, e atualmente temos até a réplica do Templo de Salomão!

O que se vê hoje, neste Natal, é uma pantomima com relação à fé e a se professar uma religião. Nem uma coisa e nem outra. Religião e fé viraram excelentes negócios, e “vende” mais aquele que sucumbe à sua própria eloquência.

SEM EVOLUÇÃO – Definitivamente não creio na igreja que impede a evolução do ser humano, pior, que o faz retroceder no tempo e acreditar em céu, inferno, demônio, castigo divino e eterno!

Deprimente são os espetáculos de exorcismo, que levam a plateia ao delírio. Naquele momento, a “autoridade” espiritual está no seu ponto máximo de poder, de tirar da vida do infeliz os seus “encostos”, e assumir em definitivo Jesus como seu único Salvador!

E dá-lhe de pedir o dízimo, contribuições extras, auxílios monetários para pagar o uso da TV, e viagens para Israel, a “Terra Santa”, onde, desde o seu início, só se constatam conflitos e ódios, revoltas e vinganças, mas é sagrada aquela região!

ESPALHAR O MEDO – Como se sabe que o desconhecido amedronta, causa temor, receio, uma mensagem bem dada, com veemência, palavras duras, faz o ouvinte acreditar, tremer, diante do exposto com tanta certeza pelo pastor ou tenha lá o nome que o defina.

E pregam a diferença entre quem não é crente dos que seguem os vários ramos das pentecostais! Na verdade não está se salvando ninguém com este discurso, porém se divulgando a separação do ser humano dele mesmo, um pecado abominável.

A partir dessa catequização, o fanatismo está com todas as facilidades à disposição para reinar entre esses seguidores.

E NA POLÍTICA… – A exploração do inculto e incauto para que dê dinheiro de todas as maneiras à Igreja é a mesma técnica que o Legislativo, em sociedade com o Executivo, opera conosco, usando uma espécie de política mais sofisticada, mais bem elaborada.

Se efetivamente fôssemos mesmo seguidores de alguma religião verdadeira, legítima, que enaltecesse Deus e não os homens, decididamente não haveria tantos pobres e miseráveis mundo afora, especialmente no Brasil, um país de tantas riquezas.

Portanto, mais uma vez o ser humano está diante de normas, maneiras, planilhas, filosofias, de como ser enganado e, como sempre, o objetivo dos enganadores é a busca pelo… Dinheiro

DEUS DA MAIORIA – Não há dúvida de que o Dinheiro é hoje o Deus da maioria das pessoas neste planeta, principalmente dos parlamentares brasileiros, que se transformam em ladrões para aumentar suas receitas, e também e Deus dos representantes do verdadeiro Criador, que é criminosamente usado como meio de arrebanhar fortunas graças ao fervor dos crentes, à divulgação de um Deus que garante um lugar ao seu lado para aquele que dá dinheiro para quem não precisa ou é manipulado para que assim cumpra com a… palavra de Deus!

Ou é pelo Deus Dinheiro que as igrejas se tornam poderosas ou é pelo temor e pecados confessados aos representantes religiosos, que são seres humanos e também erram, mas espalham o medo para garantir a manutenção de fiéis e o crescimento da organização financeira – perdão – religiosa.

Francisco Bendl