Política

PF fez buscas na casa da mãe e na empresa da irmã de Aécio Neves

A Polícia Federal fez na manhã desta quinta-feira uma nova operação cumprindo três mandados de busca e apreensão em endereços de pessoas ligadas ao senador e deputado eleito Aécio Neves (PSDB-MG). É a segunda fase da Operação Ross, que foi deflagrada no dia 11 de dezembro e vasculhou imóveis do senador.

DOCUMENTOS – Desta vez, os alvos são familiares de Aécio. Os policiais foram ao endereço da mãe de Aécio, Inês Maria Neves Cunha, o novo local onde mora Frederico Pacheco, primo do senador, e o endereço de uma empresa da irmã do senador, Andréa Neves. Nesta fase há apenas mandatos de busca e apreensão.

A PF teve indícios de que documentos estão sendo guardados na casa da mãe do senador. Outra suspeita que está sendo apurada é que Inês Maria pode ter se beneficiado de operações ilícitas envolvendo a Rádio Arco-Iris, já que é uma de suas sócias.

De acordo com a PF, os três mandados são cumpridos em Belo Horizonte (MG) e foram expedidos por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo a corporação, a operação tem por objetivo investigar “o recebimento de vantagens indevidas” por Aécio do grupo da JBS no período de 2014 a 2017.

DINHEIRO DO JBS – Somente para a campanha presidencial de 2014 e compra de apoio político na ocasião, o senador teria recebido R$ 110 milhões. Ao todo, o senador teria recebido de forma direta ou indireta R$ 128 milhões do grupo da JBS.

Na primeira fase da Operação Ross, um dos empresários envolvidos no caso confirmou ter realizado uma operação de R$ 1,1 milhão a pedido dos donos do grupo da JBS para gerar recursos em espécie. Ronosalto Pereira Neves, sócio da MartMinas Distribuidora, afirmou que o pedido veio de Joesley Batista, um dos donos do grupo frigorífico, e que o dinheiro foi retirado na sua empresa por um gerente da JBS. Outro dono de supermercado em Belo Horizonte já tinha feito relato semelhante aos investigadores.

O cerco se aperta em torno do “Mineirinho”, como Aécio era chamado na planilha de propinas da Odebrecht. É duro imaginar que um pilantra desse tipo quase chegou à Presidência da República.

TI – O Globo