Opinião

Principal lição do genial Adam Smith terá de ser aprendida à força pelo Brasil

Tenho especial admiração por determinados pensadores que se dedicaram a estudar a Civilização e, especificamente, a Teoria Econômica, a meu ver a mais importante e intrincada das ciências sociais, por ser inexata e imponderável, permanecendo como um eterno enigma a desafiar o conhecimento humano. Sou fascinado pelo trabalho desses estudiosos, como os alemães Karl Marx e Friedrich Engels, que operavam em dupla, o escocês Adam Smith, os britânicos John Maynard Keynes e Kenneth Clark, que nem economista era, mas estudou a Civilização como ninguém, e o canadense/americano John Kenneth Galbraith, que revisou os conceitos econômico no Século XX.

É claro que há muitos outros que deveriam ser citados aqui,  mas hoje vamos nos fixar em Adam Smith, que viveu no  século XVIII, a Era do Iluminismo, é considerado o pai da economia moderna e  o mais importante defensor do liberalismo econômico.

SÓ NA TEORIA… – Acredito que, como teoria, o marxismo seja o ideal, mas só poderá ser aplicado quando o ser humano evoluir, se despojar da ganância e das fraquezas, tornando-se mais  espiritualista e menos materialista, o que só acontecerá daqui a 5 mil anos, conforme prevê nosso amigo Antonio Santos Aquino.

Enquanto a humanidade não chega lá, vamos analisar a fase atual do Brasil, para reconhecer a teoria da “mão invisível do mercado”, criada por Adam Smith.

Realmente, essa “mão invisível” existe e se aplica à muitas situações, mas sem os excessos do “laisser faire” (liberalismo desenfreado), é claro, que foi um equívoco bizarro de Adam Smith.

CODINOME – Hoje em dia, a “mão invisível” pode também ser conhecida pelo codinome de “maioria silenciosa”, identificada no século passado por Richard Nixon e que agora se manifestou no Brasil durante a eleição de Bolsonaro, quando se misturaram a “mão invisível” e a “maioria silenciosa”.

Bolsonaro só foi eleito porque os brasileiros não aguentam mais. Sabem que o país está inviável, exigem solução para a impunidade, a insegurança, a desigualdade social, o desemprego e tudo o mais. Na verdade, a maioria preferiu Bolsonaro por entender que os outros candidatos não iriam agir com o rigor necessário, que Bolsonaro tanto propagava.

O fato é que as pessoas de bem estão exauridas, querem voltar a sair às ruas com tranquilidade, exigem tolerância zero contra os criminosos. Se for decidir no voto, a maioria defenderá a pena de morte e a execução sumária de qualquer criminoso que estiver portando fuzis, metralhadoras, lança-granadas ou qualquer arma de uso restrito, como propõe o governador Wilson Witzel.

DIREITOS HUMANOS – Contra a tolerância zero se levantam os defensores dos direitos humanos dos criminosos. Notem que os repórteres sempre entrevistam os parentes dos bandidos mortos em confronto, e eles logo alegam que a vítima era “trabalhador”. Quando admitem que era traficante, dizem que não oferecia perigo, pois nem andava armado, coisas desse tipo.

Assim, as reportagens acabam sendo publicadas a favor do crime e denunciando excessos dos policiais, como aconteceu sexta-feira passada no Rio de Janeiro, quando 13 criminosos foram mortos em operação contra o tráfico.

PROFISSÃO PERIGO – Os repórteres esquecem que hoje a profissão mais perigosa do mundo é ser PM no Brasil. Os policiais que patrulham  as ruas e enfrentam as facções criminosas, jamais sabem se estarão vivos no dia seguinte. A vida deles é uma roleta sinistra.

Com Jair Bolsonaro e Sérgio Moro, a tolerância zero está garantida, mas será uma guerra longa e desgastante, que ninguém sabe quando vai acabar.

Carlos Newton