O Partido dos Trabalhadores registrou há pouco, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a primeira chapa presidencial da história do Brasil em que o candidato que a encabeça está preso. Pouco depois das 17h desta quarta-feira (15), o partido registrou os nomes do ex-presidente Lula e de seu ex-ministro da Educação, Fernando Haddad, como vice. O ex-prefeito de São Paulo é o substituo de Lula caso ele seja impedido pela Lei da Ficha Limpa de disputar o pleito de outubro, situação em que a vice na chapa será a deputada estadual Manuela D’Ávila (PCdoB).
O registro de candidatura se dá em meio a uma manifestação que reúne milhares de pessoas nas cercanias do TSE – dez mil, segundo a Polícia Militar do Distrito Federal, e cinco vezes esse número segundo os organizadores. Centenas de barracas estão armadas nos arredores do Estádio Mané Garrincha, a cerca de quatro quilômetros do Congresso.
Organizado por grupos como Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e Via Campesina, o ato defende não só a candidatura de Lula, mas também a libertação do ex-presidente, que cumpre pena de mais de 12 anos de prisão, em Curitiba (PR), por imposição da Operação Lava Jato. Condenado pelo juiz Sérgio Moro no caso do tríplex do Guarujá, da 13ª Vara Federal de Curitiba (PR), o petista se diz vítima de perseguição e acusa Judiciário, parte da imprensa e líderes do Congresso a urdir seu impedimento nas urnas.
Entre as lideranças presentes ao ato no TSE estão a ex-presidente Dilma Rousseff, candidata do PT ao Senado, a presidente nacional do partido, senadora Gleisi Hoffmann, e a própria Manuela D’Ávila. Depois do ato de formalização da chapa, Dilma disse que “Lula livre” significa que a democracia esta preservada no país.
“Hoje nós ganhamos com a nossa força, com a certeza que Lula é inocente”, discursou a petista, em rápido contato com a imprensa na área externa do TSE.
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“Estamos aqui de cabeça erguida. Nós não tivemos medo e nós acreditamos no povo brasileiro”, emendou a senadora Gleisi.
Já Fernando Haddad, a quem o PT denomina de “porta-voz” da candidatura de Lula, mencionou as possibilidades legais do ex-presidente. “Não é democrático que a voz do presidente Lula, que o voto de quase metade dos eleitores, não chegue ao povo. Enquanto a candidatura de Lula estiver sub judice, ela goza das mesmas prerrogativas que as outras”, escreveu o petista no Twitter.

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