Meio Político

RC: brigas, alianças e vitórias

O começo

Ricardo Vieira Coutinho começou na política ainda no movimento estudantil, quando foi presidente do Centro Acadêmico de Farmácia. Em 1984, Ricardo participou do histórico comício das Diretas-Já, no Rio de Janeiro. Foi quando o momento lhe proporcionou a oportunidade de entrar em contato com o movimento sindical.

Legislativo

Ricardo Coutinho foi eleito vereador de João Pessoa pelo Partido dos Trabalhadores (PT) por duas vezes, em 1992 e em 1996. Para o segundo mandato, em 96, obteve 6.917 votos, conquistando o primeiro lugar naquela eleição, registrando o maior número de votos até então recebidos por um vereador na Capital. Em 1998 candidatou-se a deputado estadual, sendo o mais votado em João Pessoa. Em 2002, ainda pelo PT, foi reeleito com o maior número de votos do pleito: 47.912.

Predestinado

No início do ano de 2004, sofrendo pressões e embates dentro PT, Ricardo deixa a legenda para se candidatar a prefeito da João Pessoa pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB), vencendo as eleições com 65% dos votos dos pessoenses. Em 2008, ele se candidata à reeleição e, novamente, é conduzido ao cargo de prefeito da Capital paraibana, obtendo 262.041 votos, o equivalente a 73,8% do eleitorado.

O articulador

Mas foi em 2010, que RC conhecido como político de esquerda, um tanto quanto radical, mostrou que não era bem assim. Para surpresa dos analistas políticos paraibanos, ele conseguiu formatar uma aliança, até então improvável, com políticos como Cassio Cunha Lima (PSDB) e Efraim Moraes (Democratas); viabilizando uma chapa competitiva.

O visionário

Para quem era conhecido só até a ponte do rio sanhauá, Ricardo Coutinho sabia que precisava de um cabo eleitoral que o apresentasse a Paraíba. Sabendo da sede de vingança que o então governador cassado tinha para derrotar seu algoz, e com o discurso de unificar o estado para um “salto de desenvolvimento”, venceu a eleição com uma votação histórica, 1.079.164 votos.

O trabalho

Com a fragilidade de “afinidades políticas” da aliança de 2010, o cabo eleitoral voltou a ser o principal adversário. Mas o predestinado Ricardo Coutinho, acreditava que o povo paraibano daria uma demonstração de reconhecimento do trabalho do seu governo em 2014. Foi reeleito governador no 2º turno com uma votação de 1. 125.956 votos (52,61%), 111 mil votos a mais que o segundo colocado.

O futuro

Com um histórico de sucessivas vitórias, como duvidar, que Ricardo Coutinho tenha capacidade de surpreender mais uma vez e eleger o seu sucessor. Um técnico de competência inconteste, mas que nunca foi testado nas urnas. A seu favor, ele conta com uma oposição que ainda não conseguiu afinar um discurso, e bate cabeça, sem saber quem será o candidato para enfrentar o socialista.

A incógnita

Com a possibilidade muito grande de se eleger senador em 2018, Ricardo tem repetido que pretende ficar no governo até o fim do mandato, abrindo mão da candidatura. A decisão contraria, além dos aliados do governo, até a executiva nacional do PSB, com o presidente Carlos Siqueira, quem tem dito que o partido não pode abrir mão de contar de um quadro tão qualificado.

Motivos

Nos bastidores as hipóteses comentadas sobre a indecisão de Ricardo não deixar o governo são: não estaria ele confiante que a vice-governadora Ligia Feliciano (PDT) mantivesse o apoio da estrutura (máquina) governista ao candidato socialista ao governo. E a outra Hipótese, seria o pensamento de RC, que estando no governo, teria mais “combustível” para potencializar a candidatura de João Azevedo.

 “Parece ser pra sempre, mas pra sempre não é todo dia”.