O Tribunal Superior Eleitoral terá que regular o tempo do horário gratuito na televisão e no rádio, a partir de 31 de agosto, conforme a lei determina. A Lei Eleitoral também determina a distribuição do tempo no espaço da propaganda com base na soma das coligações e dos partidos que concorram sozinhos. Os casos relativos a candidaturas isoladas encontra-se definido, tomando-se por base o tempo destinado à legenda no plano federal. Parece fácil solucionar o problema, baseando-se nas coligações. Mas é aí neste ponto que surge o impasse.
As coligações nem sempre são iguais na campanha presidencial e nas campanhas para os governadores. Não é a mesma coisa. O modelo tem que ser alterado para que se encaixe na legislação. Tarefa a ser conduzida a partir de hoje pela ministra Rosa Weber que assumiu a presidência do Superior Tribunal Eleitoral em lugar do ministro Luis Fux.
DIVIDIR O TEMPO – Torna-se necessário que se estabeleça um sistema claro e direto na distribuição do tempo na TV na área federal e nas áreas estaduais. No plano federal o problema já está equacionado. Resta equacionar os espaços nas telas e nas emissoras de rádio.
Em matéria de alianças eleitorais sempre se evidenciam contradições e problemas a serem resolvidos nas proximidades das urnas. Os exemplos que a história eleitoral registra são múltiplos. Agora por exemplo, surgiu mais um, conforme a entrevista do presidente Michel Temer ao repórter Bruno Boghossian, Folha de São Paulo de ontem.
Logo no início da entrevista, ao responder uma pergunta a respeito de quem o governo está apoiando, Michel Temer afirmou: “você pergunta a quem o governo apoia. Parece que é o Alckmin…”, especulou. O impulso no sentido de apoiar o PSDB está no pensamento do presidente da República. Tanto assim que Michel Temer acrescentou que os partidos que votaram a favor das reformas vão continuar a participar do governo se o candidato Tucano vencer o pleito.
PONTE DE TEMER – Para mim Michel Temer construiu uma ponte entre o Palácio do Planalto de hoje e o Palácio do Planalto a ser ocupado amanhã, depois do desfecho nas urnas.
A matéria deve repercutir principalmente junto ao comando do MDB, que na convenção escolheu Henrique Meirelles como candidato da legenda. Nessa aparente contradição vamos esperar qual será o rumo do ex-ministro da Fazenda nas eleições de outubro.
Ao longo da entrevista o presidente da República acrescentou que os partidos que deram sustentação ao seu governo devem levar em conta o quadro político e as urnas de outubro. Tem-se a impressão que o atual governo concorre com duas alternativas.
Pedro Couto – Tribuna Da Imprensa